No Recife, a expectativa entre os postulantes é que a tese do andor não tenha muitos efeitos
Priscila Krause diz confiar no apoio do ministro da Educação, Mendonça FIlho, mas no geral candidatos minimizam importância dos padrinhos políticos
Divulgação/DEM
Franco Benites
As referências à tese do andor, quando um postulante se ampara em uma figura política de maior dimensão, os chamados padrinhos políticos, ocorrem desde sempre nas eleições municipais. Este ano, porém, os principais candidatos a prefeito do Recife minimizam essa questão.
No PT, o ex-prefeito e ex-deputado João Paulo, que tentará governar o Recife pela terceira vez, diz que o ex-presidente Lula e a presidente afastada Dilma Rousseff, ambos petistas, são uma “presença forte”, mas despista sobre uma possível participação deles na campanha. “A gente ainda não tem discussão sobre isso”, fala, ressaltando que Lula e Dilma costumam mobilizar “muita gente” quando passam pelo Estado.
O prefeito Geraldo Julio (PSB), que tenta a reeleição, era desconhecido em 2012 e se amparou no apoio de Eduardo Campos, então um governador bem avaliado e experiente articulador político. Sem o padrinho, morto em um acidente aéreo em agosto de 2014, a estratégia será depender menos de qualquer liderança. “A nossa frente tem a ex-senadora Marina Silva (Rede-AC) e o senador Cristavam Buarque (PPS-DF), mas em uma eleição local o foco é no dia a dia da cidade. O apoio de lideranças nacionais é importante, mas não é fator decisivo. O prefeito quer olhar no olho das pessoas e falar do que fez e do que pode fazer”, avalia o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes.
Adversário de Geraldo e João Paulo, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) vai na mesma linha de Sileno Guedes e diz que não irá escorar sua campanha em outros tucanos como o ministro das Cidades, Bruno Araújo, e o senador mineiro Aécio Neves. “Referências não faltam no partido, mas uma eleição municipal é sobre a cidade, seus problemas e soluções”, aponta.
No que depender de Bruno Araújo, haverá participação na campanha de Daniel. “Tenho agenda Brasil afora, mas sempre que possível estarei no Recife. A candidatura na cidade é uma prioridade pessoal minha e do PSDB”, declara.
O deputado estadual Edilson Silva (PSOL), que recebeu na semana passada a visita do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), afirma que boa parte das lideranças nacionais da legenda estarão disputando o posto de prefeitos como Luiza Erundia (SP), Marcelo Freixo (RJ) e Luciana Genro (RS).
O psolista minimiza o “andor” e diz que seu maior aliado será o legado do PSOL. “O apoio que vier será bem-vindo, mas o nosso maior parceiro são nossas ideias e o fato de integrarmos um partido sério e limpo, que não tem ligação com corrupção”, defende.
Carlos Augusto (PV) renegao apadrinhamento políticos “Minha avaliação é que nessas eleições quanto menos políticos tradicionais estiverem no palanque, melhor. Vamos apostar na relação direta com as pessoas e nas teses do Partido Verde”, afirma.
A deputada estadual Priscila Krause (DEM) é a mais receptiva à ajuda de um padrinho político. “O apoio de Mendonça Filho (ministro da Educação) é importante. Ele ajuda independente de estar no ministério, mas pela reputação que tem. O ministério só coloca a boa reputação dele mais em evidência”, declara.
Mendonça esteve na convenção de Priscila no último sábado e garante pisar no Recife sempre que possível. “Estarei na campanha dela nos finais de semana ou à noite durante a semana se não tiver agenda no ministério. Priscila é um talento político incrível”, diz o ministro, que já disputou a prefeitura do Recife duas vezes e perdeu ambas.
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